Gorduras que fazem bem x Gorduras que fazem mal
Temos o péssimo hábito de penalizar determinados alimentos sem nem saber o real motivo. As gorduras são um exemplo clássico de grupo alimentar que é visto com maus olhos.
Porém, poucos têm a clareza do quanto as gorduras saudáveis são essenciais para o funcionamento do nosso corpo.
Por isso resolvi trazer aqui as gorduras que fazem mal e especialmente as que beneficiam a sua saúde.
Gorduras que devemos consumir
Quando dezenas de milhares de profissionais embasavam decisões clínicas em fisiologia e hábitos saudáveis eram tidos como excêntricos.
A alimentação do paleolítico era constituída do que ele tinha no dia, ou seja, da sua caça e daquilo que conseguia coletar no caminho, como algumas folhas e frutos que eram muito fibrosos, sendo assim, de difícil consumo.
Na revolução neolítica os nossos ancestrais começaram a reduzir de estatura.
Porém, nossa genética não mudou tanto com o tempo.
O que mais mudou foi a oferta de alimentos e produtos alimentícios. Pensa comigo: os nossos ancestrais não tinham a quantidade de trigo disponível que temos hoje e nem encontravam frutas sazonais para comprar no supermercado durante todo o ano, por exemplo.
Então, embasados em todas as fontes históricas e científicas, devemos questionar a dieta pobre em gorduras, razão pela qual defendo ante cada paciente, o consumo de gorduras de fonte animal e vegetal.
Gorduras de origem animal
A gordura de origem animal deve ser escolhida de fonte orgânica sempre que possível, uma vez que a gordura, em qualquer animal, serve como depósito de toxinas e outras substâncias.
As melhores gorduras de origem animal provêm da manteiga, do pescado, do porco, do gado e dos frutos do mar. Dentre outras boas gorduras, de fonte vegetal, posso citar principalmente o óleo de coco, azeite de oliva, linhaça e abacate.
Não sei se você reparou que coloquei o peixe e primeiro lugar. O peixe de águas frias e profundas é rico em ômega 3, não adianta aquele salmão de criadouros, que você come no restaurante japonês. O ômega 3 é responsável pela flexibilidade da membrana plasmática.
A membrana plasmática está presente em toda célula do corpo. Atualmente nossa
dieta é rica em ômega 6, que tem na gordura animal sua principal fonte, e esse óleo deve estar contrabalanceado com os ômegas 3 e 9, este último, muito presente no azeite.
De uma maneira geral, vale dizer que o uso do ômega 3 é primordial para a saúde e deve ser suplementado para toda e qualquer pessoa que a deseje, pois, sozinho, consegue reduzir a pressão arterial de indivíduos com hipertensão leve, bem como provoca a alteração da estrutura da membrana das células sanguíneas, tornando o sangue mais fluido e diminuindo o risco de trombose.
O ômega 9 está presente no azeite de oliva, azeitona, oleaginosas (castanhas, amêndoas e nozes) e abacate. Além disso, ele possui alguns fitoesterois, que melhoram o metabolismo do colesterol, atuam na diminuição da circunferência abdominal, além de ser antiinflamatório, rico em antioxidantes, protegendo o coração, prevenindo contra cânceres e ajudando no envelhecimento saudável das células.
Gorduras que não devemos consumir
Dessas, a margarina ocupa o primeiro lugar no pódio! É ela a principal representante na mesa da maioria dos brasileiros. Por pura desinformação! Isso porque os óleos e gorduras parcialmente hidrogenados não existem na natureza. Ou seja são produtos da indústria alimentícia que oferecem versões modificadas dos óleos e gorduras naturais.
Nem todas as gorduras fazem bem. Os óleos vegetais poliinsaturados, por exemplo, são um enorme problema de saúde.
Desde a criação desses óleos, o número de infartos e obesidade aumentou nos dados dos Estados Unidos, sendo potencializado brutalmente com a mudança oferecida pela pirâmide alimentar na década de 70.
Os famosos óleos no supermercado sofrem um processo de hidrogenação para facilitar seu transporte e impedir o gosto de ranço, gordura velha… Aumentando assim sua durabilidade e facilidade no transporte.
Gordura trans
Você já ouviu falar da famosa gordura trans, mas saiba que ela é invenção do homem. Pois é, na natureza a gordura e óleos existem na forma cis. Mas a gordura trans criada pela indústria aumenta o tempo de prateleira dos produtos, ou seja, a validade deles.
As gorduras trans, quando entram em contato com nossas células, são incorporadas nas membranas celulares, alteram as vias metabólicas das gorduras normais e desorganizam seu metabolismo. Elas ainda provocam um aumento na ação das prostaglandinas pró-inflamatórias, ou seja, substâncias que aumentam processos dolorosos, intensificam estados inflamatórios, como cólicas menstruais, dores nas juntas, nas costas, dores de cabeça e enxaquecas. Sendo assim, de maneira geral, fuja dos industrializado.
Buscar uma alimentação equilibrada com escolhas acertadas é sempre a melhor opção.
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Abraços e fique com Deus!
Dr. Juliano Pimentel.